Depois de encher três dias seguidos o Coliseu de Lisboa, Sara Correia ruma ao norte
Sara Correia, cresceu no humilde bairro de Chelas, origens essas que ela tem orgulho em divulgar porque foi lá que se fez gente. Foi no clube amigos do fado que despontou com esta extraordinária voz e com todo este talento neste género musical tão português.
O fado nunca foi a minha onda, o único fadista que ainda conseguia ouvir era o saudoso Carlos do Carmo, mas actualmente o fado descobriu uma nova abordagem, comunica sentimentalmente de outra forma, uma nova vaga de fadistas deu outra vida a este género musical de origens portuguesas, tornando-o mais alegre, deixando o lado sombrio que o caracterizou, não afastando o público mais conservador e conquistando uma audiência mais jovem, imagine-se o fado ser tocado em festivais de verão.
Voltando ao Coliseu, Sara Correia iniciou um tour musical em Lisboa para divulgar o seu mais recente álbum ‘Liberdade’, onde deu três concertos de casa cheia. Com uma voz forte e cristalina, uma excelente presença em palco e dialogante com o público, Sara deixou em extasse todos quantos ali se encontravam, gentes de todas as idades, numa demonstração de que o fado, desta nova geração, ganhou outra vida.
Num alinhamento alargado Sara cantou temas do novo álbum, mas também nos presenteou com outros temas já consagrados, que catapultaram a artista para patamares mediáticos com muito mérito.
A negrito os temas do novo álbum: Porquê do Fado – Tu Ganhas Sempre – Não Se Demore – Se o Mundo Dá Tantas Voltas – Agora o Tempo – Tu Não Me Digas – Balada de Outono – Eu Já Não Sei – Sou a Casa – Bocas Del Mundo – Liberdade – Chelas – Era o Adeus – Marcha da Perdição – Marias na Terra – Eu Quero – Madrugou – Quero É Viver – Pechinchinha – Estranha Forma de Vida Encore: Fado Português – Chelas
A fadista, no encore, cantou o tema ‘Fado Português’ no meio da sala, no meio do povo, num gesto de humildade, agradecimento e respeito por todos aqueles que ali se deslocaram para abraçar a artista e que veem em Sara Correia, o presente e o futuro promissor, não só da cantora, mas também do fado. O fado está vivo e recomenda-se.