Há um nítido e bem definido fio condutor no caminho que os dois guitarristas Frankie Chavez e Peixe têm vindo a percorrer desde 2019, através do seu projeto Miramar, pintando histórias sem orecurso às palavras, apoiando-se tão somente na força evocativa das melodias.
Se o primeiro álbum homónimo, de 2019, pode ser olhado como um diário de viagem numa “estrada que se percorre de forma contemplativa” (Pedro Tenreiro, 2019), e se virmos no segundo, “Miramar II” (2022), o mapa de um espaço que se estende a partir do anterior, como “um laboratório de lugares, um tipo de viagem à volta de um quarto, e o seu desdobramento cénico uma virtude da sua tensão” (Daniel Jonas, 2022), o novo registo, “Miramar III”, a editar a 3 de outubro, é assumido como um álbum de memórias de uma outra natureza.
Em “Miramar III” as memórias efetivamente persistem, no mesmo espaço que, no entanto, se encontra agora habitado. Há visitas, há ruído, há vizinhos, há interferências, … há possíveis sequelas – como é o caso do tema “I’m Leaving – Cap. II”, que sucede a “I’m Leaving”, incluido no primeiro álbum do grupo.
Desta forma, Frankie Chavez e Peixe abordam em “Miramar III” as memórias sob novos ângulos, numa tentativa de regresso ao tempo e espaço onde foram felizes, na esperança de que esse local tenha mudado, como para eles inevitavelmente mudou.
“Miramar III” será, assim, o terceiro volume de uma história contada a dois, onde as partidas e os regressos fazem parte de uma infinita viagem que se simula no tempo.
Assinalando a edição de “Miramar III”, o grupo irá realizar dois concertos de apresentação deste novo álbum, em duas importantes salas do país: a nova Casa Capitão, em Lisboa, no dia 21 de outubro, e a Casa da Música (Sala 2), no Porto, no dia 22 de outubro.
Próximos concertos:
27 de setembro – Teatro-cine de Torres Vedras (Torres Vedras)
21 de outubro – Casa do Capitão (Lisboa)
22 de outubro – Casa da Música – Sala II (Porto)
28 de novembro – Black Box da Central do Caldeirão (Torres Novas)