O novo álbum de Miguel Luz conta uma história de amor em 12 tons de ganga

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Ganga Com Ganga, segundo disco de originais do artista, editado a 6 de Março

Ganga Com Ganga, segundo álbum editado a solo por Miguel Luz, marca um absoluto ponto de viragem na carreira do artista. Depois de se ter estreado em sede autoral com CROCODILDO— álbum balizado entre o hip-hop e a sátira, editado em 2017 —, o multifacetado criativo lançou dois singles que faziam antever uma transição hoje bem patente. Seguiu-se um interregno de quase três anos, que se revelou fundamental para agora chegar a Ganga Com Ganga.

No lugar dos kicks e tarolas, entra nestas novas canções a bateria propriamente dita, enquanto instrumento definidor dos tempos ocupados pela libertina guitarra que aqui se evidencia como grande protagonista. Também na voz, Miguel Luz revela-se bem mais desprendido e confortável nas capacidades vocais que desde cedo mostrou ter – e que agora abraça sem pruridos humorísticos. É nessa pele que esta ganga melhor lhe assenta, tecido comum a todo o trabalho produzido à medida pelo próprio durante esse tempo de redefinição artística.

Tendo sido “Amor de Ganga” a derradeira faixa a antecipar esta renovada colecção de temas, foi a partir dessa (não) canção de amor que Miguel Luz abriu caminho até obra final, à boleia dos demais singles. “Bomba-Relógio” e “Pessoas Normais” vieram a confirmar a direcção que o cantor e compositor teria delineado para o seu novo álbum: um indie rock de nuances pop em namoro com um post-punk irresistivelmente dançável. O resultado, agora na íntegra disponível, apresenta uma dúzia de temas que falam de amor, mas que nas entrelinhas dizem muito mais sobre quem as canta do que para quem se dirigem.

“Estas coisas que eu não faço dizem coisas que eu não digo”, linha solta na malha “Rendez-Vous” — primeira faixa no alinhamento do longa-duração, que estreia precisamente em simultâneo com o lançamento do próprio álbum —, acaba por ser paradigmática de todo o disco que se segue a partir daí: com a história de uma relação amorosa versada em primeiro plano, são as próprias idiossincrasias do autor que vêm ao de cima em cada canção, tão reveladora quanto enigmática dessa relação e dos seus intervenientes.

Já a revelação completa, essa, espera-nos em Abril. Com o Capitólio, em Lisboa, e o Hard Club, no Porto, reservados para as apresentações oficiais do álbum, é nos dias 3 e 4 desse mês que Miguel Luz sobe ao palco de uma emblemática sala da Capital, para tocar pela primeira vez o seu novo disco ao vivo. Segue-se a Invicta, que recebe na mítica casa de espectáculos o autor de Ganga Com Gangano dia 5.

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