Thomas Anders e Sandra trouxeram a sonoridade dos anos de ouro da música pop/rock ao Campo Pequeno

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A produtora LaConcert, trouxe ao Campo Pequeno, Thomas Anders e Sandra, dois músicos alemães que deixaram marca nos anos de ouro da música pop/rock, em que a sonoridade instrumental, o ‘look’ dos artistas e o mix daí resultante, não tiveram paralelo em mais nenhuma década.

Como cabeça de cartaz, Thomas Anders (ex Modern Talking), trouxe, para a primeira parte do concerto, a linda e brilhante cantora Sandra, na sua estreia em Portugal.

Pode dizer-se, com total firmeza, que foi uma entrada de luxo, Sandra arrebatou os corações da juventude irreverente dos idos anos, das décadas 80/90, em que a (r)evolução sonora dos instrumentos nos trouxe hits como ‘Maria Magdalena’, ‘In The Heat Of The Night’ ou ‘Everlasting Love’, com a sua voz psicodélica, que ainda hoje ecoa nas nossas mentes quando recordamos as suas canções, concorrendo nas tabelas de vendas da época, inclusive com os Modern Talking, pelas posições cimeiras.

Sandra foi um caso sério de popularidade e passados todos estes anos continua em grande forma, muita energia positiva foi o resultado de um concerto soberbo, na falta de melhor adjectivo, que arrebatou os corações dos fãs que tiveram a oportunidade de assistir a sua actuação. Nunca imaginei que um dia pudesse vir a ter uma recordação visual e gráfica, para ficar gravada na memória, desta ilustre cantora.

Sandra Ann Lauer é, pois, uma cantora versátil, emprestou a sua voz ao projecto Enigma, que fundou com seu ex marido, em 1990, e com a sua voz doce e melodiosa, mas ao mesmo tempo profunda, conquistou fãs por essa Europa fora.

Vou ser sincero, da Sandra eu já sabia o que esperar, para mim a cantora era a estrela da noite, mas no final fiquei também rendido ao Thomas Anders. É caso para dizer quem o viu e quem o vê.

Para quem se lembra dos Modern Talking, o Thomas era o moreno baixinho, quietinho, envergonhado e antipático, mas que cantava, que contracenava com um louro simpático, risonho, muito alto e muito mexido, que fazia playback.

Pois é, 40 anos depois, o Thomas mostrou-me uma imagem completamente diferente que tinha dele, imaginei-me a mim com 20 e tal anos, eu era envergonhado e pouco falador, mas que agora falo pelos cotovelos; pois é, assim é o Thomas. Alegre, divertido, espontâneo, Thomas Anders conquistou-me por tudo o que vi fora e dentro do palco, comunicativo, simpático com os fãs no ‘meet and greet’, que antecedeu o show, mas principalmente no seu desempenho ‘on stage’.

Durante mais de 90 minutos de concerto, o ex Modern Talking, não parou em palco, dialogou com os fãs, mostrando uma enorme vontade em que todos os presentes se sentissem como fazendo parte do espectáculo.

Eu, que embora conhecesse e apreciasse algumas músicas dos Modern Talking, sempre achei que havia ali muitos ‘truques’ electrónicos para lhes melhorar a performance vocal, e também nunca percebi muito bem aquela dicotomia em palco. Hoje, pelo que vi e ouvi, antes, durante e depois do concerto, acabei por ficar fã do Thomas Anders porque finalmente consegui ver-lhe muita qualidade musical e vocal, presença em palco e comunicação com o público.

Tudo junto acabou por originar momentos revivalistas e nostálgicos, poder fotografar a Sandra, que pela primeira vez actuou em palcos nacionais e o Thomas Anders, num mix 2 em 1, e ainda como fotografo do staff, tornaram-se momentos empolgantes e marcantes que irão ficar na minha memória para sempre.

No alinhamento Thomas cantou, entre outras, ‘You’re My Heart, You’re My Soul’ – ‘Cheri Cheri Lady’ – ‘You Can Win If You Want’ – ‘Geronimo’s Cadillac’ – ‘Atlantis Is Calling’ – ‘Brother Louie’ – ‘Suburbia’ (homenagem aos Pet Shop Boys)

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