Depois de uma mini-tour pela Europa durante a primavera, que incluiu espectáculos em Lisboa e Espinho, Aline Frazão regressa ao nosso país no mês de julho para três concertos, em que continua a apresentar ao vivo o seu mais recente álbum de originais “Uma Música Angolana”: primeiro atua no Festival MED, em Loulé, no dia 02 de julho; depois no “Do Lado do Verão” no Auditório Exterior do Teatro de Vila Real, a 16 de julho; e por fim no Festival Músicas do Mundo, em Sines, no dia 23 de Julho. A tour de Aline Frazão conta ainda duas datas na Alemanha, nos festivais Hafensommer Festival (24 de Julho) e Honeylake Festival (05 de Agosto) e uma em Bari, Itália (30 de Julho).
“Uma Música Angolana” é o quinto disco da cantora, compositora e produtora angolana, e navega entre vários ritmos de matriz africana, como a Massemba e o Kilapanga de Angola, o Batuku de Cabo Verde, o Soukous do Congo, o Afoxé e o Maracatu do Brasil – desconstruídos, reinventados, reivindicando-se aqui não só a origem comum a todos eles, mas também imaginando uma sonoridade nova de fronteiras perdidas, que se consolida sobre uma espécie de pátria imaginária feita de memórias rítmicas partilhadas, de lutas actuais e de celebrações necessárias e urgentes.
Na passada sexat-feira, dia do seu 34º aniversário, Aline Frazão estreou o videoclipe de Kwanza Sul, tema retirado de Uma Música Angolana, o seu mais recente disco. Filmado por 34 pessoas, leva-nos numa jornada por vidas e olhares distintos, através dos momentos que escolheram captar. Há céu, mar, campo e cidade, vidas diferentes e contrastantes que se entrelaçam harmoniosamente nesta coleção de imagens que compõem o vídeo.
Sobre a canção, Aline diz-nos que «Kwanza Sul é, para mim, o ponto alto de Uma Música Angolana. Foi quando escrevi esta música que entendi que tinha um álbum nas mãos, que havia caminho, que havia uma estória. Kwanza Sul fala de “lugares de paz” – e obviamente que isso pode ser muita coisa. Cada um saberá do seu: a nossa casa, um certo abraço, uma pausa meditativa, uma paisagem, um templo, uma memória boa, um sonho secreto. Para mim provavelmente é essa sensação, insubstituível e rara, de “casa”.»
Neste videoclipe colaborativo, coordenado por Fradique, com imagens gravadas de Luanda a Nova Iorque, passando por Berlim, Barcelona e São Paulo, podemos ver alguns amigos e artistas próximos de Aline, como o artista plástico angolano Kiluanji Kia Henda, as cantoras Luedji Luna, Sara Serpa e Nath Rodrigues, os actores Paulo Pascual e Matamba Joaquim, e ainda Toty Sa’Med, Nayela e César Lacerda. O desafio lançado foi recordar algumas das maneiras com que ocupavam o tempo durante os primeiros confinamentos da pandemia.
Aline conta-nos que «no dia do meu 34º aniversário recebi esta emocionante surpresa que me deixou sem palavras: o videoclip de “Kwanza Sul”, com imagens de tantas amizades espalhadas pelos quatro cantos do mundo, desde Luanda, Barcelona, Nova Iorque, Belo Horizonte, São Paulo, Lisboa, Berlim, Namibe… O projecto deste video foi coordenado pelo Fradique, que recolheu os testemunhos que as pessoas gravaram nas suas casas, nas suas rotinas, lembrando o confinamento e os primeiros passos fora dele. Fico profundamente emocionada ao reencontrar, desta forma tão bonita, tanta gente a quem gostaria de dar um abraço neste dia. Fico também muito agradecida por ser este o video de Kwanza Sul, uma música muito importante para mim e cuja mensagem tem ecoado forte depois do lançamento de Uma Música Angolana, como um jogo de espelhos. É sobre isso esta música. Sobre a intimidade de cada um e cada uma de nós. Sobre não desistir de encontrar paz. É sobre nós. Muito obrigada a toda a gente que participa no vídeo, por este maravilhoso presente, por este lembrete. “Lá fora o mundo acaba, mas cá dentro não.”»
Uma Música Angolana está disponível em CD e em todas as plataformas digitais.