Os TAXI deram hoje mais um grande espectáculo musical, num concerto inserido no Festival Summer End, no Fórum de Braga. Com o recinto completamente cheio (talvez mais de 3.000 pessoas), os TAXI deram um concerto para mais tarde recordar.
Num alinhamento com 14 músicas, que foram sucessos na já longa carreira da banda, e durante cerca de 80’, os TAXI fizeram-nos viajar no tempo a nós jovens de outrora, e a fazer vibrar os jovens de hoje, revisitando alguns dos maiores sucessos que atravessaram gerações. Na mítica banda pontificam, como membros fundadores, os carismáticos João Grande e o baixista Rui Taborda.
Com um coro de cerca de 3.000 vozes, João Grande teve o público com ele, acompanharam-no nas letras de todas as canções e empurraram a banda para um concerto épico. Os TAXI estão aí, aos poucos, a reconquistar espaço e audiências, para ajudar a alavancar o rock nacional, um género musical que tem estado a perder adeptos.
Com uma presença em palco diferenciada, o vocalista, João Grande, não só canta, e canta muito bem, como encanta. O seu carisma e a sua energia funcionam como um íman que atrai a atenção do público e somos como que ‘obrigados’ a entrar na onda. Irrequieto, a sua imagem de marca, corre o palco de uma ponta a outra vezes sem conta, salta, deita-se no chão, enfim, numa linguagem sonora e gestual que todos facilmente percebem e alinham. Em palco o João é outra pessoa, extrovertido, jovial, nota-se a felicidade e o brilho naquele olhar de um jovem irreverente por fazer o que gosta e de ver que o seu trabalho é reconhecido.
Os TAXI são actualmente o único grupo português de rock que assenta a sua música num estilo mais ligeiro, em que a musicalidade e a sonoridade não se baseiam em riffs estridentes de guitarra, mas mais num tom melodioso e suave, mais perto da onda musical com que a juventude de hoje está mais identificada. A banda conta ainda com os guitarristas Jorge Loura e Nelson Santos e na bateria o Hugo Pereira, todos eles músicos com enorme talento.
Aliás, foi com este estilo bem ligeiro e musicalmente alegre, com letras ainda muito actuais, que os TAXI conquistaram o primeiro disco de ouro do rock português há 40 anos atrás.
No que ao concerto diz respeito, João Grande apresentou-se em palco com uma camisa bem colorida, que os ABBA lhe emprestaram, disse-o na primeira oportunidade de comunicar com o público em tom de brincadeira, depois de ter cantado a música ‘Cairo’ com que abriu as hostilidades.
Com ‘TVWC’ e ‘Rosete’, músicas com outro ritmo levou os fãs à locura e a partir daí foi sempre a ‘abrir’. Depois ‘É-me Igual’, ‘Não Sei Se Sei’, ‘1, 2, Esq. Dir.’ e por fim ‘Sozinho’ uma balada lindíssima que serviu para abrandar o ritmo louco do concerto, a que se seguiu ‘Fio da Navalha’ também ela calma pois estávamos todos a precisar de descansar um pouco.
O ritmo começou a aumentar com ‘Sing Sing Club’ e ‘Meu Manequim’, em dueto com Rute Simone, uma autentica peça teatral representada pelo João e pela graciosa Rute, esta no papel de Manequim, que acaba por ‘escravizar’ o humano, apaixonado pela sua beleza. A partir daqui o ritmo voltou ao rubro com ‘Ás dos Flippers’, ‘TAXI’, ‘Vida de Cão’ e ‘Chiclete’ para terminar um concerto que merecia não ter fim.
Duas notas que quero deixar aqui em rodapé, a primeira é que no alinhamento deveria constar a música ‘Rosete’ com o seu nome verdadeiro que é ‘Queda dos Anjos’ e a segunda, é a falta do tema ‘Hipertensão’ no alinhamento, para mim seria perfeito.
Alinhamento: Cairo – T.V.W.C. – Rosete (Queda dos Anjos) – É-me Igual – Não Sei Se Sei – 1, 2, Esq., Dto. – Sozinho – Fio da Navalha – Sing Sing Club – Meu Manequim – Ás dos Flippers – TAXI – Vida de Cão – Chiclete
Fotos do concerto AQUI por Joaquim Galante