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Amaro Freitas, o pianista com a revolução na ponta dos dedos, regressa a Portugal

Amaro Freitas, o pianista com a revolução na ponta dos dedos, regressa a Portugal

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Amaro Freitas regressa à Europa, em digressão de outono, nomeadamente, a Portugal para um concerto integrado no ciclo NOVEMBROJAZZ na Casa da Criatividade em São João da Madeira no dia 4 de Novembro.

Depois de, em abril, se ter apresentado na Academia de Espinho e no Cine-Teatro de Loulé, com o público rendido ao seu talento e à sinergia única do trio, esta será a última oportunidade de em 2022 para assistir à apresentação do aclamado álbum “Sankofa” ao vivo, um resgate da cultura afro-brasileira a partir de composições vibrantes e ecléticas que recolheram elogios do público e da imprensa internacional.

O concerto de Amaro Freitas Trio, com Jean Elton no contrabaixo e Hugo Medeiros na bateria, é um “tour de force” de experimentação e renovação das tradicionais estruturas do jazz brasileiro. Neste concerto, o músico assume a proposta artística de cruzar elementos da cultura popular afro-brasileira com o jazz numa única espiral sonora, apresentando os temas do novo álbum, ao mesmo tempo que invoca outros clássicos do seu repertório, como “Sangue Negro” e “Rasif”.

O espetáculo é um fluxo musical sem fronteiras que conecta, com naturalidade, as diásporas da cultura afro-brasileira à vanguarda de nomes como Vijay Iyer, Craig Taborn, Thelonious Monk e Chick Corea, este último uma das suas grandes inspirações, a quem o músico dedica o mais recente disco.

De uma periferia do Recife à promessa de ícone internacional do jazz, o pianista foi colecionando conquistas, elogios e uma aclamação crítica desde o seu álbum de estreia. Nascido em 1991, iniciou a sua trajetória aos 12 anos de idade nos cultos de igreja, mas rapidamente a sua inventividade o fez sonhar com novos voos. Já com o baixista Jean Elton e o baterista Hugo Medeiros, parceiros de trio até hoje, lança em 2016 o álbum “Sangue Negro”. Dois anos depois, no ano de 2018, assina contrato com a Far Out Recordings, editora londrina com quem edita o segundo álbum, “Rasif”, que é destacado por diversas publicações internacionais, da Downbeat à All About Jazz ou à Jazz Magazine. Atua em alguns dos principais festivais e clubes internacionais de jazz, além de participar do projeto autoral do cantor Lenine. Em 2019, Amaro participa na Montreux Jazz Academy, com Christian Scott aTunde Adjuah, além de colaborar com Milton Nascimento e Criolo no EP “Existe Amor” (2020). Por fim, no ano de 2021, o músico lança “Sankofa”, o terceiro e aclamado álbum de originais, dando início a uma nova etapa na sua carreira.

“Sankofa” é um álbum conceptual e profundamente inventivo que recolheu elogios da generalidade da imprensa e da crítica especializada. A UNCUT considera-o um disco “impressionante, novo e vibrante”. A Downbeat colocou-o na linhagem de nomes como Abdullah Ibrahim, Thelonius Monk e Chick Corea. A Jazzwise classificou-o como um “álbum magnífico”, “repleto de ideias inesquecíveis e sonoridades cativantes”. E a Mojo avaliou-o com uma rapsódia que releva o “elaborado estilo composicional” do seu autor.

Para Amaro Freitas, este álbum é uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro. Um trabalho onde procura entender a história dos seus ancestrais, traduzindo sonoramente a herança e a memória dos povos negros que fizeram a história do Brasil e cujo património cultural e filosófico foi historicamente invisibilizado. Em “Sankofa”, o músico procura recuperar e retrabalhar esses legados, inscrevendo-os no futuro. Daí a própria escolha do nome do álbum, símbolo Adinkra que representa um pássaro com a cabeça voltada para trás e que traduz a vontade do seu autor em voltar às raízes para poder avançar em novos voos, sonhos e futuros.

O concerto de Amaro Freitas no dia 4 de Novembro em São João da Madeira integra uma digressão Europeia de outono que passa por outras salas de destaque como CORK JAZZ, Irlanda do Norte, SKOPJE JAZZ, Macedónia, NIJMEGEN, Holanda, entre outras.

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